“Jesus é o modelo e a inspiração para todo o ato de justiça e misericórdia”. As palavras de Ronald Sider, o preletor oficial do IV Encontro da Rede Evangélica Nacional de Ação Social, refletem a busca de equilíbrio entre a essência da fé cristã e sua ação no mundo injusto. Durante 3 dias (27 a 29 de agosto), mais de 350 cristãos evangélicos de diversos lugares do Brasil se reuniram na Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro para discutirem o tema “A Igreja de Cristo promovendo a Justiça”. Junto com a reflexão, foi possível experimentar comunhão entre cristãos que não se conheciam, com sotaques diferentes, e fortalecer o trabalho em conjunto das redes sociais existentes. Em todos os dias, músicos como Josué Rodrigues e Roberto Diamanso cantaram canções com ritmos brasileiros e com letras baseadas no tema do evento. 1º dia: sofrimento, gênero e preocupação com os pobres O IV Encontro começou no dia 27 com a meditação bíblica do pastor cearense Carlos Queiroz. Para ele, falar de justiça em um país injusto como o Brasil, é, impreterivelmente, falar de cruz e sofrimento. Lendo o Sermão do Monte, Queiroz afirmou: “Falta de pão na mesa dos nossos irmãos pode ser uma denúncia de que está faltando espiritualidade em nossos templos. A justiça do Sermão do Monte tende a provocar perseguição e retaliação porque mexe com os poderosos, que se acham controladores do Estado, do conhecimento, do tráfico de entorpecentes e outros. Se nós mexermos nessas estruturas o resultado será a cruz”. A programação continuou com a realização de mini-cursos e oficinas. Arbutus Sider, terapeuta familiar, dirigiu o mini-curso “Gênero e justiça ao redor do mundo”, com duração de dois dias. Ela discorreu sobre as maneiras diferentes de enxergar a questão de gênero nas igrejas e contou várias histórias de mulheres que transformaram seus contextos e conseguiram o respeito da comunidade, da família e da igreja. À noite, Ronald Sider falou pela primeira vez aos participantes. Com o sermão intitulado “Deus, a Bíblia e a Pobreza”, ele afirmou que a preocupação com os pobres não é apenas para um grupo de pessoas especiais. “De acordo com a Bíblia, Deus e seu povo estão do lado dos pobres. Se somos o povo de Deus, mas não compartilhamos a preocupação pelo pobre, não somos, de fato, povo de Deus”. 2º dia: profecia, evangelismo, ação social e política No dia 28, Maurício Cunha, diretor de programas da Visão Mundial, dirigiu a segunda plenária do IV Encontro RENAS. O tema abordado foi “A igreja a serviço do reino”. Para Maurício, a justiça social é uma visão bíblica. Sua palavra, baseada no texto de Lucas 24.17-19, focou o papel de transformação social da igreja enquanto agente local. Segundo ele, muito se tem falado sobre profecias, mas profecia é o anúncio e o fazer cumprir a vontade de Deus. “Toda a ação social cristã deve ser profética”, disse. Na mesma manhã, Ronald Sider falou sobre evangelismo e ação social. “Evangelismo e ação social não são exatamente a mesma coisa, mas estão ligados e entrelaçados”, disse. Para ele, as bases de fé do cristianismo devem ser entendidas da maneira holística, valorizando a alma, mas também o corpo do ser humano. “Se você lidar somente com metade do problema, você terá apenas metade da solução. Se somos corpo e alma, precisamos tanto de transformação interior quanto exterior”. A programação da manhã também contou com uma apresentação de dança de meninas atendidas por um projeto social da Fundação Bênçãos do Senhor, no Rio de Janeiro. À noite, em sua terceira preleção, Sider abordou o envolvimento dos cristãos na política. “Ser um cristão compromissado não quer dizer que você faz sua política de forma correta”. Ronald deu dois motivos para o nosso envolvimento: um político e um teológico. “O primeiro motivo é porque pequenas decisões políticas podem ter impactos enormes na vida de muitas pessoas. O segundo é porque Jesus Cristo é hoje Senhor do universo e governa sobre os reis da terra. A Jesus foi dado todo o poder nos céus e na terra.” 3º dia: emoção e comunhão O terceiro e último dia do encontro foi marcado pela beleza da comunhão. O Pr. Neil Barreto destacou a responsabilidade de sermos sal e luz no mundo. As palavras doces, mas firmes de Arbutus para que haja igualdade entre homens e mulheres emocionaram o público. Emocionante também foi quando o Pr. Davi Malta, de 90 anos, um dos fundadores da Diretriz Evangélica (um movimento batista que buscava a justiça social em plena ditadura militar) falou na plenária sobre como Deus o chamou para olhar, de fato, para o pobre. Em sua última preleção, Ronald Sider exortou os ouvintes a serem verdadeiros cristãos. “Tudo o que se precisa para renovar o evangelho é um pequeno número de cristãos compromissados como os primeiros 120 discípulos. Os genuínos cristãos ainda são uma minoria entre os que levam o seu nome, mas essa minoria tem um poder imenso porque eles olham todos os dias para Cristo e dizem: eu quero ser cada vez mais parecido com o senhor e quero fazer o que o senhor me der para fazer.” Antes de encerrar o IV Encontro da RENAS, todos leram a “Carta Aberta à Cidade do Rio de Janeiro”, com considerações para contribuir com o avanço da justiça social nessa cidade. No final, todos os pastores presentes foram convocados para distribuir a Santa Ceia. Cada participante levou a caneca do encontro e orou em dupla. Uma oportunidade de agradecer pelo encontro e pela comunhão experimentada. Um momento de proclamação, como o que a RENAS tem feito pelo reino. Depois desse período de comunhão, todos oraram o Pai Nosso. Fonte: Equipe de Comunicação da RENAS |
"E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina; (...)". I Pedro 2.7
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
RENAS põe Jesus no centro da luta pela justiça social.
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