domingo, 13 de setembro de 2009

Metade.

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.




Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma 
e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso

Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que o medo da solidão se afaste, 
e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.


E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.

Um comentário:

Ana Thereza disse...

AMO esse texto! e na voz dele então !
BJ Jô!