quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Um pouco de leveza.


Há alguns dias atrás fui “intimado” pelo médico a emagrecer. O exame que fiz acusou uma alteração no fígado (excesso de gordura), o que me “obriga” a perder por volta de vinte quilos. Ao ouvir o diagnóstico, pensei no ‘peso’ das suas palavras que imediatamente causou-me um ‘peso’ no coração e na consciência. Ao mesmo tempo comecei a pensar como deixamos a vida ‘pesada’, não somente pelo excesso de ‘peso’ do corpo, mas pelo ‘peso’ que lançamos sobre ela (vida). Não pude deixar de refletir o quanto é necessário um pouco de leveza!

Diariamente busco meus filhos na escola. Primeiro pego o Júnior em uma escola de educação infantil e em seguida busco o Abner em outra escola, de ensino fundamental. Ambas são escolas municipais. Os assuntos com eles são diversificados, mas quase sempre se repetem: o gol sofrido na hora do recreio, as brincadeiras, as novas descobertas em sala de aula, uma fofoquinha sobre os amigos, o humor dos professores etc.

É muito interessante observar todas as crianças na saída. Eu não sei se a alegria é a mesma ao entrar e iniciar a aula, mas é bem perceptível e até estampado nos olhinhos infantis a alegria de voltar para casa. Há aquelas crianças, cuja situação social é bem precária, que usam chinelos de dedo e roupas bem ‘batidas’, mas apesar disso, não sorriem menos que as outras. Há também aquelas que são recebidas pelo pai ou pela mãe logo ao sair pelo portão. Nos poucos momentos que observo as crianças na saída da escola, sinto o quanto é bom participar deles. Parece que a vida fica mais leve com as crianças, talvez porque elas ‘têm cheiro de Deus’. 

Assim também é na igreja. Como as crianças alegram o ambiente! É claro que às vezes são bem agitadas, mas é lindo vê-las se desenvolvendo. Com criança a gente conversa muita coisa, de dinossauros a oração. Outro dia, brincando de futebol com o Juninho, ele tomava gol de propósito só para comemorar comigo. O pior é que ele fazia questão de perder para comemorar minha vitória. Que coisa fantástica! Quem gosta de perder para comemorar com seu “adversário”? Somente quem prefere a alegria do abraço ao invés do sabor da conquista. Atitudes assim são capazes de ‘tornar leve’ um mundo tão competitivo e de sentimentos religiosos tão triunfalistas. Talvez o que todos precisamos é um pouco de leveza. Que tal aprendermos com as crianças?!
Texto do amigo Claudinei Fernandes, pastor da Segunda Igreja Batista de Jacupiranga. Clique aqui e leia outros textos dele.

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