segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Insônia.

     Não consigo dormir. Já passa das três da madrugada e eu aqui, tonto de cansado, mas sem sono nenhum. Resolvi ler um pouco. A leitura funciona como sonífero para mim às vezes. Peguei o livro do Viv Grigg, 'Servos entre os pobres - Cristo nas favelas urbanas', da Editora Ultimato (vide resenha). Porém, o tiro saiu pela culatra. Este livro maravilhoso - presente da Visão Mundial, através da minha amiga Teté - não é o que podemos chamar de um livro cansativo que pudesse funcionar como um indutor do sono. Muito pelo contrário! Trata-se de uma leitura agradavelmente inquietante e desafiadora.

     Estou lendo bem devagarzinho... sorvendo cada página com um profundo desejo no coração de aprender algo com este servo de Deus, que abandonou uma vida confortável na Nova Zelândia, para morar numa favela em Manila, capital das Filipinas. Resolveu fazer isso porque um dia leu um texto bíblico em que Jesus diz: "Bem aventurados são os pobres". "Eu queria descobrir por que os pobres são abençoados", explica o autor.

     Como eu já disse, estou lendo este livro sem nenhuma pressa. Mas aproveito cada folguinha de tempo para ler algumas páginas. Estou na 181ª agora. E foi justamente o fato de ter lido algo que ele relata nesta página e na próxima, que me fez ligar o computador para escrever este post. Senti uma vontade arrebatadora de dividir este trecho, mesmo que você não compreenda muito bem, considerando que, para isso, seriam necessárias informações detalhadas do contexto. Espero que esta leitura instigue a sua curiosidade e impulsione você a comprar o livro. Trata-se de um excelente investimento.

     Vamos ao trecho em questão:

     Nossa catedral

     Amávamos nossa catedral em Tatalon. Era uma catedral magnífica, com um lindo teto azul, quilômetros acima de nós, e o tapete empoeirado de Deus como assoalho. Tínhamos ar condicionado, pois assim como o vento sopra onde quer, o Espírito Santo fazia o mesmo entre nós. Nosso retroprojetor era uma grande folha de 1,2 por 2,4 metros de papel manilha com canções escritas em tagalo. O púlpito do pregador era um caderno que ele segurava com as mãos. Em vez de confortáveis bancos almofadados, tínhamos bancos de madeira trazidos de casa pelas pessoas que queriam se sentar.
     Porém, a presença de Deus podia ser sentida de uma forma dificilmente igualada em algumas das grandiosas obras arquitetônicas encontradas em outras partes do mundo, apenas sombras da imaginação criativa de Deus. Emanuel, o Deus conosco, estava ali; o Deus que habita no meio dos pobres. Decidimos não gastar dinheiro na construção de templos. Se tivéssemos um prédio, ele seria usado para treinamento vocacional e desenvolvimento socioeconômico.

     Eu, de volta. Vou tentar dormir. Clicando aqui, você pode ler o primeiro texto que publiquei neste blog. Na época eu estava bem revoltado com a atitude mesquinha de muitos cristãos que não conseguem enxergar um palmo adiante do nariz. Estava 'zeloticamente' bravo com a indisposição que muitas igrejas têm para valorizar o que realmente importa, ou seja, pessoas. Melhor: Jesus para as pessoas. O Evangelho para as pessoas! Já faz mais de ano que publiquei este texto. Na época, escrevi em letra maiúscula para exprimir o meu descontentamento. Ainda não deu tempo para mudar o modo da letra, mas não estou mais bravo. Agora estou triste, por que as coisas estão ainda piores. Porém, ainda que triste pela piora da situação, estou feliz, muito feliz, por ter descoberto pessoas como o Viv Grigg, o Carlos Queiróz, o Paulo Capelletti, o pessoal da Missão CENA, a Bráulia Ribeiro, a Visão Mundial, o Exército da Salvação, a Junta de Missões Nacionais da CBB,  entre outras pessoas e organizações que, assim como o Viv Grigg e os seus irmãos filipinos, decidiram valorizar pessoas em detrimento de coisas. Decidiram usar as coisas (prédios, carros, equipamentos diversos, etc) em favor das pessoas. Aleluia, já posso dormir!

2 comentários:

Larissa Carollyne disse...

Eu não sei se dou uma bronca em vc por estar indo dormir tão tarde, ou se parabenizo pelo texto...
Fiquei curiosa pra ler o livro, já até li uma parte, a história dele é muito bonita, um exemplo que nós deveríamos seguir. Mas vê se dá próxima vez, dorme e depois posta no blog, depois de uma noite bem dormida as nossas idéias fluem com maior facilidade, rsrsrs.

Bjos!!!

Jacque disse...

Fico mesmo impressionada como Deus se manifesta nessas questões em sua vida. Precisamos agir assim em relação a pessoas, sentimentos, proclamação do evangelho de Cristo. Para que o nome Dele seja glorificado através de nós.
Sua preocupação é santa e espero que esta nunca deixe de reinar soberana no seu coração.
Eu diria nesse dia:
"- Santa Insônia!
Que te faz ver motivos de oração e atitudes de servo entre os pobres, como testemunho vivo de que Deus
ama os desafortunados.

É tão bom ter você na minha vida.
Amo você, de um jeito ineXplicável. rs
beijão