quinta-feira, 7 de agosto de 2008

PÉROLAS DO EVANGELIQUÊS

“Não te espantes diante deles, porque o SENHOR, teu Deus, está no meio de ti, Deus grande e temível”. Deuteronômio 7.21.

Fico meio cismado quando ouço a expressão: “é grande o que Deus vai fazer na sua vida, viu?!” Ou aquela: “Olha, Deus deve ter um algo muito grande para a nossa igreja!” Estas são expressões batidíssimas daquilo que se convencionou chamar de evangeliquês, o dialeto particular que é falado nas igrejas evangélicas em geral. Confesso que não consigo imaginar algo que Deus tenha feito ou venha a fazer que não seja grande. Entendo o que as pessoas querem dizer, mas tenho dificuldade para seguir a mesma linha de raciocínio. Para mim, Deus é grande e tudo o que Ele faz tem proporções infinitas, cuja repercussão transcende a eternidade. Não espero nada pequeno do Deus a quem eu sirvo.

Creio que o problema está na nossa concepção de grandeza ou no que esperamos de Deus. Para nós, a grandeza reside em coisas ou acontecimentos megalomaníacos, espetaculares. Muitas pessoas dependem somente daquilo que podem ver ou sentir para acreditar na grandeza de Deus. Esperam por demonstrações sobrenaturais de poder e se recusam a conceber que um Deus grande não possa se manifestar de maneira simples. Aliás, ‘simples’ em termos. Chamamos de simples as coisas com as quais nos acostumamos. Você quer ver uma expressão do poder de Deus? Então levante cedo e assista ao nascer do Sol. Aquilo que chamamos de alvorada acontece todos os dias e, talvez por isso, não nos demos conta do quanto ela é maravilhosa, magnífica! Trata-se de milagre em estado puro. Perfeita manifestação da grandeza do Criador.

É importante que cada um de nós entenda o porquê de orarmos. O pastor Edison Queiroz, idealizador da campanha nacional de '40 Dias de Jejum e Oração', diz que “uma das maiores necessidades do povo de Deus é o avivamento espiritual”. Eu creio nisso também. Mas creio que este avivamento precisa começar primeiro na “minha” vida. Você não deve orar pensando nas mudanças que o seu vizinho, irmão, parente ou quem quer que seja vai receber e, sim, nas mudanças que você precisa receber. A oração tem o objetivo de nos levar a uma vida consagrada e cheia do Espírito Santo. Vida vivida no centro da vontade de Deus. Um avivamento que não leve em conta a exaltação da supremacia e do senhorio de Jesus Cristo na vida de cada cristão não pode ser chamado de avivamento. O apóstolo Paulo declara isso em Gálatas 2.20: “Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim. E esta vida que vivo agora, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se deu a si mesmo por mim”. O verdadeiro avivamento espiritual é a morte do eu e o viver de Cristo em cada coração. Você pode até gritar, pular, espernear e dar toda a pinta de que é um crente avivado. Porém, se Cristo não reina soberanamente na sua vida, tudo o que você faz não passa de teatro. Não é isso que devemos buscar.

Precisamos buscar a santificação das nossas vidas. Em toda a Bíblia encontramos textos que nos orientam quanto à vontade de Deus acerca desse assunto. Leia as Escrituras Sagradas tendo em mente que as ações que tomamos como cristãos – oração, leitura bíblica, adoração, prática do amor - não são exclusivamente naturais ou sobrenaturais. São ambas as coisas, funcionando ao mesmo tempo. Isso significa que algo simples, como orar, por exemplo, tem implicações no mundo visível e no mundo invisível. Quando oramos pela salvação de almas e nos colocamos nas mãos de Deus para sermos usados como instrumentos dessa salvação, tomamos parte numa batalha de proporções gigantescas. “Trata-se de uma batalha espiritual e universal aonde não existe campo neutro”, diz C. S Lewis, “aonde cada polegada, cada milésimo de segundo, é reivindicado por Deus e reivindicado por Satanás”, daí a necessidade de termos vidas santas.

Construir salas, aumentar e reformar templos, realizar campanhas evangelísticas e buscar a unidade e a maturidade espiritual da igreja não são fins em si mesmos. São meios para alcançarmos objetivos maiores, tais como proclamarmos a grandeza do nosso Deus e levarmos as boas novas de salvação ao maior número de pessoas possível. Essa é a grande obra que Deus tem para realizar na minha e na sua vida. Esta é a grande obra que Ele quer realizar através da vida da Igreja. Assim, toda vez que algum “profeta” vier lhe falar algo do tipo: “Deus tem uma grande obra...”, responda simplesmente: “Eu sei!”.

Lembre-se: “E respondeu e me falou, dizendo: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel, dizendo: Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos”. Zacarias 4.6.

Pr. Joel Jr.

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