sexta-feira, 31 de julho de 2009

Deus é soberano?! Quem disse?!


Experimente falar de um Deus Soberano pros adeptos da prosperidade. Eles nunca ouviram tal conceito. Nem nunca "ouvirão". Por isso é que os templos dos profetas das bênçãos determinadas estão repletos. Infelizmente.


(fonte do quadrinho : Blog Um sábado qualquer..)

quarta-feira, 29 de julho de 2009

terça-feira, 28 de julho de 2009

H1N1: Esclarecer é combater.

(clique na imagem para ampliar)




Só descer o cacete no governo também não resolve. Creio que estes esclarecimentos sejam muito importantes. Também é importante pensarmos em alguma ação efetiva pra evitarmos o contágio dentro das nossas reuniões. Além de orar, é claro.

A ignorância é o maior fator de alastramento do vírus e é a causa dos maiores desconfortos entre as pessoas.

Um abraço.

Em Cristo.

Pr. Joel.

domingo, 26 de julho de 2009

Cinco coisas que eu gostaria de saber antes de entrar neste mundo.


Algum tempo atrás eu não pude deixar de rir quando folheei, em uma livraria nos Estados Unidos o livro “Dez Coisas que eu Gostaria de Saber Antes de Entrar no Mundo Real”. A autora é Maria Shriver, esposa de Arnold Schwarzenegger. Eu fiquei pensando comigo mesmo: “Deixa disso Maria...” essa é uma criatura que nasceu e cresceu dentro da dinastia dos poderosos Kennedy e se casou com o maior ator de filmes de ação de todos os tempo e hoje é a primeira dama do estado da Califórnia! Deixando Maria de lado, o título do livro dela mexeu comigo e me fez pensar: Quais são as apenas cinco – não dez - coisas que eu gostaria de saber antes de entrar neste mundo tão real? Eis aqui o que eu realmente gostaria de saber, com toda certeza e que demorou um bocado prá eu entender a respeito desta vida:

1 - A vida não é justa. Por que as pessoas não me disseram isso? Talvez elas tenham realmente me dito, mas eu não ouvi. Aprendi que não devemos levar esse ponto aqui muito a sério não; mas temos que ser realistas, afinal as Escrituras mostram, com riquezas de relato que realmente a vida não é justa. Lição positiva: Portanto, apesar de que o melhor mesmo é aceitar aquilo que vem à nossa frente com a melhor atitude possível, o fato é que temos que, continuamente, dar o nosso melhor, sonhar grandes sonhos e fazer aquilo que é o melhor possível.

2 - As pessoas tem os seus favoritos. É verdade que não é o que você sabe que realmente importa, mas quem você conhece é que realmente faz toda a diferença! Isso porque as pessoas jogam o jogo do favoritismo. Na prática, as coisas funcionam da seguinte maneira: algumas vezes não importa se você é a pessoa mais capacitada ou tem a melhor oferta naquela licitação. As pessoas vão fazer seus acordos com as pessoas que elas realmente gostam e também com aquelas que lhes dão um tapinha nas costas, ou com aquelas que realmente sabem massagear outros egos. Lição positiva: Creio que a lição a ser aprendida aqui é que enquanto lutamos para alcançar nossos sonhos, temos que desenvolver uma forte rede de sadios relacionamentos.

3 - As pessoas vão te decepcionar. Ser uma pessoa que faz o que diz pode ser uma bênção e uma maldição. Bênção porque sou capaz de olhar no espelho e ver a minha própria face todos os dias. Maldição porque a nossa tendência é ter uma expectativa muito alta das pessoas e certamente que elas irão nos decepcionar porque elas são humanas, pecadoras e trazem consigo a sua humanidade depravada e como conseqüência, não cumprem a sua palavra ou fazem aquilo que deveriam fazer. Eu poderia ter economizado muito estress emocional se eu soubesse disso antes de entrar nesse mundo. Lição positiva: Devo diminuir em muito a expectativa que tenho das pessoas e entender que assim como elas eu também sou falho e necessito constantemente da graça de Deus.

4 - Nem todas as pessoas querem crescer. Ingenuamente eu achava que todas as pessoas gostariam de aprender e crescer. Eu pensava que todas as pessoas queriam ser melhores e se aprimorar naquilo que elas faziam. A realidade é que a maioria das pessoas não quer crescer. Essa é a razão pela qual existe uma coisa que nós chamamos de “média.” A maioria das pessoas querem mesmo é ficar onde elas estão. Lição positiva: Não posso me conformar com a média. Deus me colocou neste mundo com um propósito, me deu dons e talentos e à semelhança do relato da Parábola dos talentos, vai chegar o dia em que terei de apresentar os dividendos daquilo que me foi entregue.

5 - Casamento demanda trabalho e disciplina. Um bom casamento requer muito trabalho. Quando jovem você pensa: “Vou encontrar a garota dos meus sonhos e com ela viverei feliz para sempre.” O que ocorre é que você se esquece que o seu cônjuge é um ser humano e você também é, na maioria das vezes! Viver debaixo do mesmo teto com alguém que tem as suas preferências, gostos e desgostos, personalidade, itinerários, agendas e sem mencionar alvos na vida, é algo que demanda muito trabalho! Lição positiva: numa relação de casamento vão haver oportunidades mil para explodir, mas á também no casamento que estão as maiores fontes de felicidade. Sempre vale a pena investir tempo e energia em retirar o que existe de melhor nesta vida.

Bônus: a despeito de tudo que mencionei acima, vale a pena viver esta vida! Nem todas as coisas mencionadas são “positivas” ou dignas de merecimento do nosso foco, mas elas são verdadeiras. Ser positivo não significa enfiar a cabeça num buraco do chão e evitar a negatividade da vida. Ser positivo significa ser realista, compreender os aspectos negativos da vida e optar pelo otimismo. Creio que o melhor cenário é o de lidar com o negativismo – com a melhor atitude possível – e direcionar o foco naquilo que é positivo (Fil 4:8).

A vida é boa, é dom e presente magnífico de Deus e eu posso fazer com que ela seja ainda melhor. Essas são apenas 5 lições dentre tantas que a vida tem me ensinado DEPOIS que entrei nesse mundo tão real. E dai? Bom, pelo menos aprendi essa lições e posso vivê-las pelo resto da minha vida com a maior intensidade possível! E eu espero que você também as viva.


Nélio DaSilva
Coordenador Nacional - Homens de Valor
Mocidade Para Cristo - Brasil

sábado, 25 de julho de 2009

Travessia

É assim que me sinto. Mas não em relação a alguém. Sinto vontade de chorar. Sinto vontade de sair estrada afora, sem destino. Mas isso é hoje. Amanhã não sei.

sábado, 18 de julho de 2009

terça-feira, 14 de julho de 2009

www.luznanet.com.br: Choro de raiva ou pena?

www.luznanet.com.br: Choro de raiva ou pena?


Estou triste,

Acordei triste hoje, e ando meio desiludido com o que vejo. Primeiro a decepção com os arraiais evangélicos, e com a própria Instituição Evangélica, que abriu mão de valores básicos e está negociando outros valores, como status, fama, poder e dinheiro.

Segundo, porque vejo na maioria das pessoas da fé, uma profunda falta de raiz com os valores que eu achava que elas tinham. Ninguém tem convicções sólidas, o relativismo de fato, ocupou a mente de quase todos.

Duas pessoas me procuraram para dizer que estavam deixando a suas “igrejas”, porque estavam com situações irregulares na vida conjugal, mas esse não foi só “o” problema. O que me deixou triste e perplexo é como acharam tão fácil renegar a fé, e a igreja, sem nenhum senso de perda. Tudo é como se os vínculos espirituais não fossem mais nada.

Acabei de ouvir um amigo meu, veterano no evangelho dizer que está gostando muito de um pastor Adventista, que prega muito bem na TV! Fiquei curioso, porque sei que o tal pastor só prega heresias (ora bolas, o pastor é adventista...), e ele, veterano crente no seio evangélico, nem sabe mais discernir o que é certo ou errado, e o que aprendeu anos a fio, ou será que não tinha aprendido nada?

Acabei de receber um vídeo pela Internet de uma pessoa evangélica próxima: Adorou o vídeo... Mas ela não se deu conta e que o vídeo é uma pura mensagem das Testemunhas de Jeová! Não teve ou tem nenhum pouco de senso bíblico crítico.

Levei outro susto quando fui conversar com uma determinada pessoa que me disse que ia mudar de igreja, porque estava querendo variar um pouco, apenas por isso. Perguntei-lhe: Mas sua igreja está com algum problema? Ela me disse friamente: Não, não há problemas, mas o pastor de lá me chamou para conhecer um pouco a igreja dele, e vou ver se é legal... Isso me assusta. Mudar de igreja para ver se lá é legal!

Muda-se de igreja hoje como se escolhe uma blusa, uma muda de roupa, que pode ser melhor que a usada no dia seguinte, ou uma nova lanchonete na área a ser experimentada. Onde estão as Raízes?

(continue lendo este texto do Pr. Neucir Valentim clicando no link logo acima ou no título do post).

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Porque rir é o melhor remédio...

só pra constar: eu torço sempre pro boi.

E viva o Arizão!!

E aí Jesus de Nazaré disse: “Este evangelho do reino será pregado a todas as nações”. E ao projeto romano, da paz romana, Jesus de Nazaré disse: “A minha paz vos dou, não vo-la dou como o mundo a dá.” E o mundo era o império romano. Nós hoje lemos o mundo, como um sistema meio amorfo, que a gente não sabe detectar o que é. Mas naquela frase de Jesus Cristo, o mundo que fala de paz é o império romano. Porque o que o império romano justifica o avanço das suas legiões com o estabelecimento da paz romana, que se sustenta no tripé: César, o código e a força. E aí Jesus Cristo diz: A minha paz vos dou, não a dou como o império a dá. A minha paz não se sustenta na força das armas, se sustenta em outra força, porque também é força. “Recebereis a força, o poder, ao vir sobre vós o Espírito Santo.” Ele está usando a mesma palavra dos romanos, o dínamos, a força. A força de César estava no tamanho, no treinamento e na capacidade das suas legiões, a força de Jesus de Nazaré estava no seu espírito. “Recebereis a força, ao vir sobre vocês o Espírito de Deus e vocês serão minhas testemunhas em Jerusalém, como em Samaria, como em toda Judéia e Samaria, e até os confins da Terra. E este evangelho do reino, será pregado a todas as nações e então, virá o fim.” O que Jesus está dizendo? “Nós vamos pro enfrentamento.” Os cristãos não entenderam direito, mas os adversários dos cristãos entenderam, porque quando os “caras” prenderam Jason, eles disseram: “Estes que têm transtornado o mundo chegaram até nós. Eles anunciam que há um novo rei, e que o nome dele é Jesus.” Eles entenderam. “Esse povo está enfrentando César, está enfrentando o império romano, está questionando o direito de César, está questionando a divindade de César, está questionando o Estado, está questionando as nossas leis.”

Era um enfrentamento. Qual é o enfrentamento que nós estamos oferecendo hoje? Quantos de nós estão fazendo tudo para ter as benesses do Estado, mesmo sabendo de todas as injustiças desse Estado? Quantos de nós não têm tido a coragem de questionar o Estado, de modo legítimo: “Como vocês podem? Como vocês fazem? Quem vocês pensam que são? Como vocês entregam as crianças para um sistema de matadouro e depois querem assumir, galgar novos postos em cima, a partir do quê? Quem vocês pensam que são? Quem César pensa que é? Quem os legisladores pensam que são? Quem os juízes pensam que são? Qual é o código que deve nortear os relacionamentos humanos?” Qual é o princípio de ética? Qual é o princípio da justiça? Quais são as boas novas? São as notícias de que as CPI’s não dão em nada, de que os juízes são corruptos e ninguém faz nada. De que o governo é “um conluio só” e ninguém faz nada. De que os governadores matam as crianças e querem ser presidentes da república. Quais são as boas notícias? Quais são as notícias do reino de Deus? Quais são as novidades que Jesus de Nazaré trouxe? O que há de novo debaixo do sol? Continuam todas as coisas sendo canseiras tais que não se pode exprimir, que os olhos não se cansam de ver, que os ouvidos não se cansam de ouvir? Que boas novas há para as crianças? Que boas novas há para os pobres? Que boas novas há para os que estão em situação de rua? Que boas novas há para os que são portadores de necessidades especiais? Que boas novas há para as mulheres que estão sendo estupradas no mundo a cada cinco minutos, aviltadas dentro da sua própria casa, espancadas dentro do seu lar, aviltadas no trabalho, tratadas como objetos por todo mundo? Quais são as boas novas diante de um Congresso corrompido, de um Senado que não se pode levar a sério? Quais são as boas novas diante de governadores enfatuados, que não valem o que comem? Quais são as boas novas diante de juízes e desembargadores que podem ser comprados? Vocês são os agentes de Jesus de Nazaré, do reino que ele falou. O que o reino dele tem pra dizer? Qual é o princípio do evangelho de Jesus Cristo? Quem Jesus Cristo está enfrentando hoje? Quem Jesus Cristo está denunciando hoje? Quem Jesus Cristo está desautorizando hoje? Qual é o projeto de Jesus Cristo?

(Trechos do excelente texto 'Qual é o projeto?' do, não menos excelente, Pr. Ariovaldo Ramos. Clique aqui e leia o texto completo. Você não vai se arrepender. Eu agarantcho!!!).

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Passatempos do Éden.















Da série "Passatempos do Éden", do cartunista Carlos Ruas. Veja mais no blog Um sábado qualquer...

Give me Jesus.


Give me Jesus.

Jeremy Camp

Me Dê Jesus

De manhã, quando eu me levantar
De manhã, quando eu me levantar
De manhã, quando eu me levantar
Só me dê Jesus

Só me dê Jesus
Só me dê Jesus
Você pode ficar com o mundo todo
Só me dê Jesus

Quando eu estiver sozinho
Quando eu estiver sozinho
Quando eu estiver sozinho
Só me dê Jesus

Só me dê Jesus
Só me dê Jesus
Você pode ficar com o mundo todo
Só me dê Jesus

Quando eu for morrer
Quando eu for morrer
Quando eu for morrer
Só me dê Jesus

Só me dê Jesus
Só me dê Jesus
Você pode ficar com o mundo todo
Só me dê Jesus.


(Leia o texto Um Manifesto por Jesus, no dLiver Blog ).

Conselhos existenciais aos meus (poucos) amigos.

Nunca ofereça um aperto de mão frouxo.

Nunca converse com o olhar disperso.

Nunca discuta com quem argumenta a partir de premissas diferentes das suas.

Nunca magoe os pontos nevrálgicos das pessoas; também chamados de “feridas narcísicas”.

Nunca atrase o relógio para não se atrasar.

Nunca minta para seu médico ou advogado.

Nunca pergunte caso não esteja disposto a ouvir.

Nunca responda antes da pergunta ser feita.

Nunca reclame de um presente.

Nunca cobre que lhe respeitem.

Nunca agradeça por uma bênção que não foi distribuída universalmente.

Soli Deo Gloria


Ricardo Gondim

terça-feira, 7 de julho de 2009

Silas Malafaia contradiz Silas Malafaia

Malafaia, o tele evangelista camaleão, ora bate no Valdomiro, ora vai ao seu programa de TV e entra na fila do lencinho. Bate firme no G12 e nas células e depois se junta ao grande líder do movimento em firme oração e entusiasmados conchavos. Acusa Feliciano de vendilhão e noutro dia aproveita para fazer um jabá da sua "bíblia" da prosperidade financeira no programa do homem.

(Assista ao vídeo e leia o texto completo no http://genizah-virtual.blogspot.com/ ).

domingo, 5 de julho de 2009

Pão e Circo.

"Panis et circus", esta é uma expressão latina que significa pão e circo. É originária do Império Romano que, numa época de grandes conquistas, levou a capital, Roma, a experimentar um gigantesco crescimento populacional. Com esse crescimento vieram também os problemas sociais. A escravidão gerou muito desemprego na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus empregos. Esta massa de desempregados migrou para as cidades em busca de empregos e melhores condições de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer aos romanos alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios (nas quais milhares de cristãos perderam as suas vidas para o entretenimento das massas), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances de revolta.

Outra expressão que demonstra bem essa situação está numa letra de música que diz assim: "Churrasco com chimarrão, fandango, cravo e mulher....". Conhece essa música? Pois é. Em outras palavras ela diz: o véio gosta é de festa e coisa boa (isso na forma mundana de enxergar a vida). Mas quem não gosta? Demonstramos isso nas nossas atitudes. Não concorda? Eu mostro. Experimenta marcar um evangelismo de rua, com entrega de folhetos e abordagem de porta-a-porta pra ver quantos se habilitam a tal "sacrifício". Experimenta chamar irmãos para participar de um projeto de amparo a moradores de rua, crianças ou idosos carentes. Uma meia dúzia de gatos pingados se apresentará e, desses, a maioria desistirá rapidinho. Agora, marque uma festa qualquer, seja qual for (arraial gospel, churrasco dos adolescentes, viagem ao parque de diversões, etc.). Até quem já morreu aparece. Verdade! A gente até se espanta com a cara-de-pau de alguns que dizem estar desanimados e entristecidos por conta disso ou daquilo. Está desanimado para participar das celebrações dominicais ou nas casas, mas não para fazer aquela viagem legal com a turma ou para ir ao show daquele cantor "abençoado". Os líderes da igreja sabem muito bem que é assim que as coisas funcionam, infelizmente.

Esta política de 'pão e circo' é vivida na maioria das igrejas. E, pior! É incentivada por líderes inescrupulosos que manipulam as pessoas dando o que elas querem. Se é festa que deixa a igreja feliz, tome festa! Algumas reclamações surgem aqui e ali? Mais festa! Não tem conteúdo bíblico o que fazemos ou pregamos? Não tem problema: chamamos logo aquele "ministério de louvor abençoado" para animar o povo. Sabemos exatamente como manter as pessoas felizes.

Penso que problema não esteja nas festas, em si. Eu sou festeiro e também gosto de boa diversão. O problema está nas razões dessas festas. Será que nos regemos pelo princípio sagrado estabelecido em I Coríntios 10.31? Será que estamos realmente preocupados em glorificar o nome de Deus quando planejamos esta ou aquela atividade? É caso para se pensar.
Não fomos chamados para fazer o que queremos, se o que queremos não glorifica o nome do nosso Deus. Que, em nome de Cristo, o nosso Senhor, todos pensemos nisto. Amém.


O que é missão integral?

Embora a expressão “missão integral” esteja na moda, o modelo de missão que ela representa não é recente. Com efeito, a prática da missão integral remonta a Jesus Cristo e à igreja do primeiro século. Alem disso, cabe destacar que, atualmente, há um crescente número de igrejas que a praticam sem necessariamente usar a expressão para referir-se ao que estão fazendo: “missão integral” não faz parte do seu vocabulário.

E é óbvio que a prática da missão integral é muito mais importante que o uso deste conceito para referir-se a ela.

A expressão “missão integral” foi gerada principalmente no seio da Fraternidade Teológica Latino-americana há mais ou menos duas décadas. Ela foi, na realidade, uma tentativa de destacar a importância de conceber a missão da igreja dentro de um marco de referência teológico mais bíblico que o “tradicional”, ou seja, o que se havia instalado nos círculos evangélicos, especialmente por influência do movimento missionário moderno. Nos últimos anos, tem se difundido de tal modo que a tradução literal da expressão para o inglês, “integral mission”, está incorporando-se, pouco a pouco, ao vocabulário daqueles que, fora do âmbito dos evangélicos falantes de língua hispânica, defendem uma aproximação mais holística à missão cristã.
Em que consiste esta aproximação? O que a distingue da tradicional?

A aproximação tradicional à missão
Na aproximação tradicional, que tomou forma no movimento missionário moderno especialmente a partir do final do século 18, se concebia a missão essencialmente em termos geográficos: era quase sempre um cruzamento de fronteiras geográficas com o propósito de levar o evangelho do “mundo ocidental e cristão” para os “campos missionários” do mundo não-cristão (os países pagãos). Em outras palavras, falar de missão era falar de missão transcultural.

O propósito da missão era “salvar almas” e “plantar igrejas”, principalmente no exterior, mediante a proclamação do evangelho. Os agentes da missão eram primeiramente os “missionários”, a maioria deles filiada a sociedades missionárias, que podiam ser denominacionais ou interdenominacionais (“missões de fé”). Os requisitos para os missionários variavam, mas certamente o primeiro deles (exceto, obviamente, a experiência de conversão a Jesus Cristo) era sentir, geralmente em nível individual, “chamado por Deus para o campo missionário”. Quase sempre se concebia a resposta ao chamado de Deus para a missão -- assim como o chamado ao pastorado -- como a máxima entrega que um cristão poderia fazer ao serviço de Deus, mas, de nenhuma maneira, como algo que se esperaria de todos os cristãos.

Que função cumpria a igreja local dentro deste esquema? Com exceção das poucas igrejas (especialmente nos círculos dos “irmãos livres”) que enviavam missionários sem a mediação de sociedades missionárias, o papel da igreja local se reduzia a prover o pessoal para a missão e dar o apoio espiritual e econômico. A capacitação dos missionários, inclusive, era delegada pela igreja local a instituições especializadas no tema.

No entanto, cabe destacar que, com todas as suas deficiências, este conceito de missão, que prevalece no movimento missionário moderno, inspirou (e em muitos casos segue inspirando) milhares de missionários transculturais a fazer o que séculos antes fizera Abraão: deixar sua terra e sua parentela e ir para a terra que Deus lhe havia mostrado. Eles fizeram isso para difundir as boas novas da salvação em Jesus Cristo, e assim escreveram muitas das mais belas páginas da história da igreja. Graças ao trabalho destes missionários tradicionais -- verdadeiros “heróis da fé”, muitos dos quais derramaram seu sangue por causa de Jesus Cristo --, hoje a igreja é um movimento de alcance mundial, com congregações em praticamente todas as nações da terra. Glória a Deus!

Por outro lado, há que se reconhecer que a identificação da missão da igreja com a missão transcultural deu lugar a pelo menos quatro dicotomias que têm afetado a igreja negativamente:

1. A dicotomia entre igrejas que enviam missionários (a maioria situada no “mundo ocidental e cristão”) e igrejas que recebem missionários (quase exclusivamente nos países do “Mundo dos Dois Terços”: Ásia, África e América Latina). Isto está mudando, graças ao crescente número de missionários transculturais enviados de fora do Ocidente (ou da periferia do Ocidente, no caso da América Latina). No entanto, há que se reconhecer que, há pouco tempo, a “missão” (transcultural) era a que se fazia geralmente nos países da Europa (como, por exemplo, Inglaterra, Escócia, Alemanha, Suíça, Holanda, Suécia e Noruega), nos Estados Unidos, na Austrália e na Nova Zelândia. O movimento missionário transcultural com base na Ásia, na África ou na América Latina é relativamente novo.

2. A dicotomia entre “o lar” (home), situado em algum país do “mundo ocidental e cristão”, e “o campo missionário” (mission field), situado em algum país pagão. Não surpreende que a maioria dos “missionários de carreira” (às vezes com muitos anos de serviço) opte por viver a aposentaria em sua terra natal.

3. A dicotomia entre “missionários”, chamados por Deus a servi-lo, e cristãos comuns, que podiam desfrutar dos benefícios da salvação, mas estavam excluídos de participar do que Deus quer fazer no mundo. Atrevo-me a sugerir que a dicotomia entre “clérigos” (incluindo missionários e pastores) e “leigos” está na raiz do problema dos muitos cristãos “domingueiros” que fazem parte do povo evangélico.

4. A dicotomia entre a vida e a missão da igreja. Se, para que a igreja fosse “missionária”, bastasse enviar e apoiar alguns de seus membros para que se ocupassem da missão, haveria igrejas cuja vida não teria nenhum impacto significativo em sua vizinhança: a vida se desenvolveria na situação local (at home), mas a missão em outro lugar, preferencialmente no exterior (the mission field).

Todas estas dicotomias se originavam da redução da missão a um esforço missionário transcultural. Como consequência delas, a missão consistia primordialmente na tarefa de evangelização que realizavam os missionários enviados pelos países cristãos aos campos missionários do mundo, com o qual cumpriam representativa ou vicariamente -- por assim dizer -- a tarefa missionária de toda a igreja.

*Parte do primeiro do capítulo de “O que é Missão Integral?” (no prelo) do teólogo e escritor René Padilla.


René Padilla é talvez o pensador protestante latino-americano mais conhecido em todo o mundo. Nascido no Equador e residente em Buenos Aires, Argentina, é fundador e presidente da Fundação Kairós e da Rede Miqueias.



(leia outros textos no site da Revista Ultimato).

O que é a Igreja?