As pessoas mais hábeis e competentes emocionalmente são mais felizes! Isto porque sua inteligência emocional faz com que elas desenvolvam relações de maior qualidade do que aquelas pessoas emocionalmente insensatas. Ora, se a felicidade é uma conseqüência da nossa qualidade de vida (e não do padrão de vida como, nos quer incutir a sociedade consumista), e se a qualidade da nossa vida está associada à qualidade das nossas relações, não é difícil concluir o que está posto na primeira frase deste texto.
Das muitas habilidades que uma pessoa emocionalmente inteligente tem, eu destacaria uma: a capacidade de perceber a diferença entre o conselheiro, o cúmplice e o crítico.
O conselheiro é aquele a quem recorremos em busca de direção para tomadas de decisões, discernimento de direções, esclarecimento de momentos obscuros, enfim, alguém que conquistou em nosso coração autoridade testada por sua sabedoria a ponto de o escolhermos para compartilhar da sua luz quando estamos necessitando de iluminação nas muitas esquinas sombrias que a vida nos reserva. Portanto, o conselheiro é alguém a quem elegemos para estar perto de nós e por quem, via de regra, nutrimos afeto por saber que suas palavras efetivamente agregam valor.
O cúmplice é aquele que ‘mete a mão na massa’ juntamente conosco. O cúmplice não é necessariamente um conselheiro, mas alguém, que mesmo em silêncio, se põe ao nosso lado e nos ajuda a desatar os nós que sozinhos não seríamos capazes, a construir e destruir realidades que nunca poderíamos dar conta se tivéssemos somente as nossas forças. O cúmplice é, igualmente, alguém por quem construímos profundo afeto e gratidão, pois se não fosse sua preciosa ajuda não teríamos chegado lá. Quando o cúmplice também se torna um conselheiro, então, temos o privilégio de ter ao nosso lado uma pessoa com quem realmente vale a pena trilhar a jornada da vida.
O crítico é aquele que não é nem conselheiro e nem cúmplice, é apenas um expectador rigoroso do nosso comportamento (para não dizer um observador dos nossos fracassos). É alguém que se deleita em apontar, pelo puro prazer de apontar, nossas deficiências e incapacidades. Se o conselheiro é um convidado a dar sua opinião, o crítico não precisa de convite, pois com sua desenvoltura julgadora e às vezes agressiva, emite suas críticas sem que alguém tenha lhe pedido. O crítico não se torna um cúmplice, pois o seu prazer não está em ajudar a consertar o que está errado e sim em criticar o que se está sendo feito. Por força da sua obsessão o crítico tem que achar um senão, um errinho, um pontinho escuro, um detalhe, algo que ele possa transformar numa plataforma para realizar sua performance arrogante. O conselheiro e o cúmplice cativam nosso afeto. O crítico, ao contrário, desperta em nós alguns sentimentos muito ruins: insegurança, pois quando somos alvos de repetidas críticas nos tornamos inseguros mesmo naquilo que normalmente temos segurança; uma revolta alimentada por uma raiva contida, especialmente se o crítico é um superior nosso no ambiente de trabalho, detêm o poder dentro de uma relação familiar e etc.; distanciamento, posto que os críticos passam pela nossa vida sem deixar atrás de si algo que agregue valor, e por isso tendem a criar em nós o desejo de nos afastarmos deles!
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