sábado, 19 de setembro de 2009

Graça Maravilhosa.

   Após vários dias sem postar nada, eu não poderia postar qualquer coisa. É essa a minha preocupação nesse momento, uma vez que este post marca o meu retorno às atividades joelísticas em A Pedra da Esquina.

   Quero, antes de mais nada, agradecer de coração aos queridos irmãos que têm se importado comigo e orado pela minha vida. Desde os de casa, como meus pais, até aqueles que me conhecem apenas virtualmente, fica aqui o registro da minha gratidão.

   O Senhor tem feito com que eu experimente da Sua maravilhosa graça a cada momento. E, na maioria das vezes, o fluir da graça de Deus tem acontecido através de pessoas com as quais tenho tido a honra e o privilégio de me relacionar. Isso inclui amigos/irmãos de perto e amigos/irmãos de longe, tanto no tempo quanto no espaço. Seria injusto citar nomes, mas posso garantir que não são poucos.

   O vídeo abaixo retrata algo que somente Deus pode fazer: transformar vidas. Através do sacrifício de Jesus na cruz do calvário e da Sua ressurreição, o Senhor restaura o pecador perdido e lhe concede a alegria de viver em família, a Sua família. Estamos juntos nessa caminhada, meus irmãos.



 “O Senhor me deu o seu Espírito. Ele me escolheu para levar boas notícias aos pobres e me enviou para anunciar a liberdade aos presos, dar vista aos cegos, libertar os que estão sendo oprimidos e anunciar que chegou o tempo em que o Senhor salvará o seu povo.” (Lucas 4.18 e 19).

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Projeto Amigos de Ministério.

   Eu aceitei o convite e, pela fé, fiz a minha inscrição para participar desse encontro. O Senhor me abençoou concedendo o recurso necessário e logo mais, às 11h30 da manhã, eu embarco no busão para São Paulo. Por conta disso, o blog ficará sem atualizações por alguns dias. Mas você, meu fiel seguidor (3 ou 4, é verdade!), não precisa ficar triste. Consulte o arquivo. Tenho certeza de que encontrará algo que preencherá o seu tempo e abençoará a sua vida.
   Um abração e até a volta, se Deus quiser. 

Zagueiro do evangelismo.

   Zagueiro do evangelismo?! Mas.. que raio é isso?! Será que o Tonhão (ex-zagueiro do Palmeiras) se converteu e agora não consegue mais parar de evangelizar? Seria um desses "becão-perna-de-pau-de-roça" que, depois de tanto  dar carrinho pra rachar o adversário, virou um "evangelista-conferencista-milagreiro-canela-de-fogo"? Acho que é uma mistura dos dois. Assista ao vídeo e tire suas próprias conclusões.


Via Cinema Cristão.

RENAS põe Jesus no centro da luta pela justiça social.


“Jesus é o modelo e a inspiração para todo o ato de justiça e misericórdia”. As palavras de Ronald Sider, o preletor oficial do IV Encontro da Rede Evangélica Nacional de Ação Social, refletem a busca de equilíbrio entre a essência da fé cristã e sua ação no mundo injusto.

Durante 3 dias (27 a 29 de agosto), mais de 350 cristãos evangélicos de diversos lugares do Brasil se reuniram na Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro para discutirem o tema “A Igreja de Cristo promovendo a Justiça”. Junto com a reflexão, foi possível experimentar comunhão entre cristãos que não se conheciam, com sotaques diferentes, e fortalecer o trabalho em conjunto das redes sociais existentes.

Em todos os dias, músicos como Josué Rodrigues e Roberto Diamanso cantaram canções com ritmos brasileiros e com letras baseadas no tema do evento. 

1º dia: sofrimento, gênero e preocupação com os pobres
O IV Encontro começou no dia 27 com a meditação bíblica do pastor cearense Carlos Queiroz. Para ele, falar de justiça em um país injusto como o Brasil, é, impreterivelmente, falar de cruz e sofrimento. Lendo o Sermão do Monte, Queiroz afirmou: “Falta de pão na mesa dos nossos irmãos pode ser uma denúncia de que está faltando espiritualidade em nossos templos. A justiça do Sermão do Monte tende a provocar perseguição e retaliação porque mexe com os poderosos, que se acham controladores do Estado, do conhecimento, do tráfico de entorpecentes e outros. Se nós mexermos nessas estruturas o resultado será a cruz”.

A programação continuou com a realização de mini-cursos e oficinas. Arbutus Sider, terapeuta familiar, dirigiu o mini-curso “Gênero e justiça ao redor do mundo”, com duração de dois dias. Ela discorreu sobre as maneiras diferentes de enxergar a questão de gênero nas igrejas e contou várias histórias de mulheres que transformaram seus contextos e conseguiram o respeito da comunidade, da família e da igreja.

À noite, Ronald Sider falou pela primeira vez aos participantes. Com o sermão intitulado “Deus, a Bíblia e a Pobreza”, ele afirmou que a preocupação com os pobres não é apenas para um grupo de pessoas especiais. “De acordo com a Bíblia, Deus e seu povo estão do lado dos pobres. Se somos o povo de Deus, mas não compartilhamos a preocupação pelo pobre, não somos, de fato, povo de Deus”. 

2º dia: profecia, evangelismo, ação social e política
No dia 28, Maurício Cunha, diretor de programas da Visão Mundial, dirigiu a segunda plenária do IV Encontro RENAS. O tema abordado foi “A igreja a serviço do reino”. Para Maurício, a justiça social é uma visão bíblica. Sua palavra, baseada no texto de Lucas 24.17-19, focou o papel de transformação social da igreja enquanto agente local. Segundo ele, muito se tem falado sobre profecias, mas profecia é o anúncio e o fazer cumprir a vontade de Deus. “Toda a ação social cristã deve ser profética”, disse.

Na mesma manhã, Ronald Sider falou sobre evangelismo e ação social. “Evangelismo e ação social não são exatamente a mesma coisa, mas estão ligados e entrelaçados”, disse. Para ele, as bases de fé do cristianismo devem ser entendidas da maneira holística, valorizando a alma, mas também o corpo do ser humano. “Se você lidar somente com metade do problema, você terá apenas metade da solução. Se somos corpo e alma, precisamos tanto de transformação interior quanto exterior”. 

A programação da manhã também contou com uma apresentação de dança de meninas atendidas por um projeto social da Fundação Bênçãos do Senhor, no Rio de Janeiro.

À noite, em sua terceira preleção, Sider abordou o envolvimento dos cristãos na política. “Ser um cristão compromissado não quer dizer que você faz sua política de forma correta”. Ronald deu dois motivos para o nosso envolvimento: um político e um teológico. “O primeiro motivo é porque pequenas decisões políticas podem ter impactos enormes na vida de muitas pessoas. O segundo é porque Jesus Cristo é hoje Senhor do universo e governa sobre os reis da terra. A Jesus foi dado todo o poder nos céus e na terra.” 

3º dia: emoção e comunhão
O terceiro e último dia do encontro foi marcado pela beleza da comunhão. O Pr. Neil Barreto destacou a responsabilidade de sermos sal e luz no mundo. As palavras doces, mas firmes de Arbutus para que haja igualdade entre homens e mulheres emocionaram o público. Emocionante também foi quando o Pr. Davi Malta, de 90 anos, um dos fundadores da Diretriz Evangélica (um movimento batista que buscava a justiça social em plena ditadura militar) falou na plenária sobre como Deus o chamou para olhar, de fato, para o pobre. 

Em sua última preleção, Ronald Sider exortou os ouvintes a serem verdadeiros cristãos. “Tudo o que se precisa para renovar o evangelho é um pequeno número de cristãos compromissados como os primeiros 120 discípulos. Os genuínos cristãos ainda são uma minoria entre os que levam o seu nome, mas essa minoria tem um poder imenso porque eles olham todos os dias para Cristo e dizem: eu quero ser cada vez mais parecido com o senhor e quero fazer o que o senhor me der para fazer.”

Antes de encerrar o IV Encontro da RENAS, todos leram a “Carta Aberta à Cidade do Rio de Janeiro”, com considerações para contribuir com o avanço da justiça social nessa cidade. No final, todos os pastores presentes foram convocados para distribuir a Santa Ceia. Cada participante levou a caneca do encontro e orou em dupla. Uma oportunidade de agradecer pelo encontro e pela comunhão experimentada. Um momento de proclamação, como o que a RENAS tem feito pelo reino. Depois desse período de comunhão, todos oraram o Pai Nosso.

Fonte: Equipe de Comunicação da RENAS 

domingo, 13 de setembro de 2009

Curso do DENARC.

(clique na imagem para ampliar)

Metade.

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.




Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma 
e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso

Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que o medo da solidão se afaste, 
e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.


E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Cresça.




Por Pastor Edimilson


O menino cresceu e foi desmamado. E, no dia em que o menino foi
desmamado, Abraão deu uma grande festa –
 Gn 21.8

Abraão deu uma festa quando seu filho Isaque foi desmamado, mostrando sua alegria por ver seu filho avançando uma etapa rumo à maturidade. Quando leio este texto costumo ver aqui a alegria de Deus conosco quando crescemos mais um pouquinho, diante de cada progresso nosso. A infância é algo bonito, desde que seja vivida somente em seu devido tempo. Ou seja, só é bom ser criança no tempo de ser criança. Quando esse tempo passa, se não deixarmos de ser criança, é sinal de que alguma coisa não está normal em nossa vida, quando Jesus disse que devemos ser como crianças para entrarmos no reino de Deus, ele estava falando de alguns aspectos da criança que nunca devemos perder, ou seja, nossa dependência de Deus, nossa pureza, nossa humildade. Mas no que diz respeito às demais coisas, Deus espera que cresçamos.

Alguns sinais de imaturidade emocional e espiritual mostram que estamos vivendo uma infantilidade fora de tempo:

Exclusividade das atenções. Como as crianças gostam de ser o centro das atenções! Quando chega o irmãozinho mais novo, muitas delas se sentem ameaçadas e chegam a ficar deprimidas. As crianças se esquecem de que as atenções que foram dispensadas a elas, outros necessitam agora e que elas devem ajudar a cuidar dos novos. Mas a criançona fica ressentida e emburrada porque perdeu o colinho. “Desde que chegaram estes aí, ninguém liga mais para mim nem dá a atenção que eu tinha no começo”, diz a criança com o bicão.

Falta de discernimento. Tudo o que a criança pega coloca na boca. Quando se sofre de criancice crônica, a pessoa engole tudo o que lhe dão. Ou então dispensa comida boa e troca por doce ou por coisas que fazem mal à saúde. Como dói ver pessoas dispensando um bom prato de comida da palavra de Deus, por doce que só tapeia o estômago da alma.

Melindre. Crianças se magoam com qualquer coisa. Quando se lida com as crianças da vida é preciso se ter o maior cuidado com o que se fala e com o que não se fala, com o que se faz e com o que não se faz. Crianças ficam trancadas em casa, feridos porque alguém não lhes cumprimentou, lhes olhou feio, não sorriu para eles. Crianças são melindrosas.

Teimosia. Crianças são teimosas porque cismam que sabem o que estão fazendo, que sabem o que querem e que sabem o que é melhor para si. Mas, vivem quebrando a cara. Ouvir conselhos é coisa de adulto. Quebrar a cara faz parte do aprendizado. Mas, quando se vive a eterna infância, a pessoa quebra a cara, mas não aprende, e não escuta ninguém porque acha que já sabe tudo.

Quando virmos alguns destes sintomas de criancice em nós, vamos falar para nós mesmos: “cresça”. Deus quer dar uma festa. Ele só fará isso quando largarmos a mamadeira, quando dermos os primeiros passos, quando sairmos das fraudas. Deus dará uma festa quando deixarmos de dar trabalho e começarmos a trabalhar.

Fonte: Reflexões. Via Genizah.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

A morte não é o fim.

   Faleceu o irmão Samuel da Silva. Samuel como o profeta bíblico e da Silva, como tantos de nós, o nosso irmão não resistiu nem um dia ao impacto assassino de uma motocicleta.

  Coube a mim, seu pastor, a responsabilidade de proferir algumas palavras de conforto e esperança na pequena cerimônia realizada ontem, nas primeiras horas da manhã, pouco antes do enterro.

   Por causa do falecimento do nosso irmão, o culto foi fúnebre. Mas, por causa da vida que o Pai Eterno lhe outorgou aqui nesta terra, o culto fúnebre foi ‘culto’.

  Culto é uma homenagem que se presta a uma divindade, diz o dicionário. Ontem pela manhã, especificamente, nos reunimos para agradecer a Deus pela vida de alguém com quem convivemos na mesma comunidade de fé por algum tempo. Agradecemos ao Senhor pelos seus quase 65 anos de vida. Agradecemos pelo testemunho de sua fé em Jesus Cristo, pela vida da sua família e pela oportunidade da convivência a nós concedida.

   ‘Mas, pastor’, você pode perguntar, ‘por que gratidão? Porventura podemos celebrar a morte?’ ‘Não’, eu respondo. Não podemos e nem foi o que fizemos. Não celebramos a morte. Celebramos a continuação da vida, pois, para o cristão, a morte não é o fim. A morte de um servo de Deus é o começo de uma nova vida, a vida eterna na glória celestial (Isaías 35; I Coríntios 15.19-21; II Coríntios 4.14-18; 5.1-10).

   O culto fúnebre, conquanto celebrado na presença pesada e triste da morte, deve ser visto como a celebração da esperança. A esperança da vida eterna em Cristo Jesus.

   Que o nosso coração fique firme e o nosso ânimo renovado. Que as trevas não turvem a nossa visão. Que os nossos olhos permaneçam fitos no céu. Que prossigamos nesta caminhada com firmeza, olhando para Jesus Cristo, o Autor e Consumador da nossa fé.

   Que Deus abençoe e conforte os familiares e amigos e que também nos abençoe, em nome de Jesus.

Carta de uma prisão em Birmingham.

Sabemos por meio de experiências dolorosas que a liberdade nunca é voluntariamente concedida pelo opressor; ela tem de ser exigida pelo oprimido. Francamente, ainda não tomei parte em uma campanha de ação direta que fosse “oportuna” na visão daqueles que não sofreram indevidamente da doença da segregação. Já faz anos que ouço a palavra “Espere!” Ela ressoa nos ouvidos de cada negro com uma familiaridade aguda. Esse “espere” quase sempre significou “nunca”. Temos de chegar à percepção, junto com um de nossos eminentes juristas, de que “a justiça adiada por muito tempo é justiça negada”.
Esperamos por mais de 340 anos por nossos direitos constitucionais e concedidos por Deus. As nações da Ásia e da África estão dirigindo-se com uma velocidade a jato rumo à conquista da independência política, mas nós ainda nos arrastamos a passo de cavalo e de charrete rumo à conquista de uma xícara de café em um aparador. Talvez seja fácil àqueles que nunca sentiram os dardos perfurantes da segregação dizer “espere”. Mas quando você viu bandos perversos lincharem suas mães e pais à vontade e afogar suas irmãs e irmão a seu capricho; quando você viu policiais cheios de ódio amaldiçoarem, chutarem e até matarem seus irmãos e irmãs negros; quando você vê a vasta maioria de seus vinte milhões de irmãos negros sufocando-se em uma jaula hermética da pobreza em meio a uma sociedade de abundância; quando você de repente descobre sua língua travada e sua fala gaga ao tentar explicar a sua irmã de seis anos de idade por que ela não pode ir ao parque de diversões público cuja propaganda acabou de passar na televisão, e vê lágrimas jorrando dos olhos dela quando lhe é dito que o Funtown está fechado para crianças de cor, e vê ameaçadoras nuvens de inferioridade começando a se formar no pequeno céu mental dela, e a vê começar a distorcer sua personalidade ao desenvolver um rancor inconsciente contra as pessoas brancas; quando você tem de inventar uma resposta a um filho de cinco anos de idade que está perguntando: “papai, por que as pessoas brancas tratam as pessoas de cor tão mal?”; quando você faz uma viagem através de seu estado e descobre ser necessário dormir noite após noite nos cantos desconfortáveis de seu carro porque nenhum motel o aceita; quando você é humilhado entra dia sai dia por sinais irritantes dizendo “branco” e “de cor”; quando seu prenome torna-se “neguinho”, seu nome do meio torna-se “menino” (não importa sua idade) e seu sobrenome torna-se “John”, e sua mulher e mãe nunca são chamadas pelo título respeitável de “Sras.”; quando você é perseguido de dia e assombrado à noite pelo fato de que você é um negro, vivendo constantemente na ponta dos pés, sem saber exatamente o que esperar em seguida, e é atormentado por medos interiores e ressentimentos exteriores; quando você está sempre lutando contra uma impressão degradante de “não ser ninguém” – então você entenderá porque achamos difícil esperar. Chega um momento em que a capacidade de suportar esgota-se, e os homens não estão mais dispostos a mergulhar no abismo do desespero. Espero, senhores, que vocês possam compreender nossa impaciência legítima e inevitável. Vocês manifestam uma boa dose de ansiedade quanto à nossa disposição de violar as leis. Essa é certamente uma preocupação legítima. Como nós exortamos tão ativamente as pessoas a obedecerem à decisão de 1954 da Suprema Corte que baniu a segregação em escolas públicas, à primeira vista pode parecer um tanto paradoxal que nós conscientemente violemos leis. Também se poderia perguntar: “Como vocês podem advogar a violação de certas leis e a obediência a outras?” A resposta está no fato de que existem dois tipos de leis: as justas e as injustas. Eu seria o primeiro a advogar a obediência a leis justas. Tem-se uma responsabilidade não só legal como também moral de obedecer a leis justas. De modo contrário, tem-se uma responsabilidade moral de desobedecer a leis injustas. Concordaria com Santo Agostinho em que “uma lei injusta simplesmente não é lei”.
Viajei acima e abaixo por Alabama, Mississipi e todos os outros estados sulistas. Em dias sufocantes de verão e manhãs revigorantes de outono, contemplei as lindas igrejas do sul, com seus cumes majestosos apontados em direção aos céus. Admirei os perfis impressionantes dos amplos edifícios de educação religiosa. Repetidamente, peguei-me perguntando: “Que tipo de pessoa ora aqui? Quem é seu Deus? Onde estavam suas vozes quando dos lábios do governador Barnett respingaram palavras de interposição e nulificação? Onde elas estavam quando o governador Wallace deu um toque de clarim em favor do desafio e do ódio? Onde estavam suas vozes de apoio quando homens e mulheres negros, feridos e exaustos, decidiram levantar-se dos calabouços escuros da complacência até as colinas claras do protesto criativo?”
Sim, essas perguntas ainda estão na minha mente. Em decepção profunda, chorei pela frouxidão da igreja. Mas estejam certos de que minhas lágrimas foram lágrimas de amor. Não pode existir decepção profunda onde não existe amor profundo. Sim, amo a igreja. Como poderia não amar? Estou na posição um tanto singular de filho, neto e bisneto de pregadores. Sim, vejo a igreja como o corpo de Cristo. Mas, oh!, como maculamos e deixamos cicatrizes nesse corpo por meio da negligência social e por meio do medo de sermos não-conformistas.
Houve um tempo em que a igreja era bastante ponderosa – no tempo em que os primeiros cristãos regozijavam-se por ser considerados dignos de ter sofrido por aquilo em que acreditavam. Naqueles dias, a igreja não era apenas um termômetro que registrava as idéias e princípios da opinião pública; era um termostato que transformava os costumes da sociedade. Quando os primeiros cristãos entravam em uma cidade, as pessoas no poder ficavam transtornadas e imediatamente buscavam condenar os cristãos por serem “perturbadores da paz” e “forasteiros agitadores”. Mas os cristãos prosseguiam, com a convicção de que eram “uma colônia do céu”, que devia obediência a Deus e não ao homem. Pequenos em número, eram grandes em compromisso. Eles eram intoxicados demais por Deus para serem “astronomicamente intimidados”. Com seu esforço e exemplo, puseram um fim em maldades antigas como o infanticídio e duelos de gladiadores. As coisas são diferentes agora. Com tanta frequência a igreja contemporânea é uma voz fraca, ineficaz com um som incerto. Com tanta frequência é uma arquidefensora do status quo. Longe de se sentir transtornada pela presença da igreja, a estrutura do poder da comunidade normal é confortada pela sanção silenciosa – e com frequência sonora – da igreja das coisas tais como são.
Mas o julgamento de Deus pesa sobre a igreja como nunca pesou. Se a igreja atual não recuperar o espírito de sacrifício da igreja primitiva, perderá sua autenticidade, será privada da lealdade de milhões e será descartada como um clube social irrelevante com nenhum significado para o século XX. Todos os dias, encontro pessoas jovens cuja decepção com a igreja tornou-se uma repugnância absoluta.
Nunca escrevi uma carta tão longa. Temo que seja longa demais para tomar seu tempo precioso. Posso lhes garantir que teria sido muito menor se a tivesse escrito em uma mesa confortável, mas o que mais se pode fazer quando se está sozinho em um cela apertada a não ser escrever longas cartas, pensar longos pensamentos e rezar longas orações?
Espero que essa carta encontre-os fortes em sua fé. Espero também que as circunstâncias em breve permitam que me encontre com cada um de vocês, não como um integracionista ou um líder dos direitos civis, mas como um colega clérigo e um irmão cristão. Tenhamos todos esperança em que as nuvens negras do preconceito desapareçam em breve e a neblina profunda da incompreensão dissipe-se das nossas comunidades cheias de medo, e que em um amanhã não muito distante as estrelas radiantes do amor e da fraternidade brilhem sobre nosso grande país com toda a sua beleza cintilante.

 *Excertos de uma carta escrita pelo Pr. Martin Luther King Jr. na cela de uma prisão na cidade de Birmingham, em 1963. Nestes tempos bicudos, em que parte considerável da liderança evangélica brasileira se rende aos manjares do rei em troca de votos e do silêncio diante dos desmandos e da corrupção, sendo ela mesma corrupta, vale a pena a leitura deste texto. Trata-se de um verdadeiro manifesto profético em favor da igualdade, liberdade e fraternidade para todos. Mesmo que seja, nas palavras do próprio Dr. King, a sua carta mais longa, a leitura na íntegra é altamente recomendada por este que vos fala. Para tanto, clique aqui e acesse o site do projeto Ordem Livre. O presente repete o passado. Aqui, como lá, o silêncio dos bons tem sido mais pernicioso do que a astúcia dos maus.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O casamento é uma piada?

   Nesse caso, sim!

   Tudo começou quando, nervoso, o noivo errou uma palavra na hora do juramento. Quando dizia “juntos na alegria e na tristeza ...", ele trocou "lawfully wife" (legítima esposa) por "waffully wife". A palavra não existe, mas ficou parecida com "feita de waffles".

   Para tentar disfarçar o erro, Andrew ainda emendou a palavra “pancakes” (paquecas, em português). Pronto. Foi o suficiente para a noiva Melissa cair na gargalhada.

  A situação chegou a tal ponto que até o pastor brincou e disse que iria fazer um intervalo durante o casamento, porque aquilo estava parecendo pegadinha de televisão.

   Começar um casamento sob as bênçãos de Deus e com este senso de humor já é meio caminho andado para a felicidade. Imperdível!


domingo, 6 de setembro de 2009

Graça Comum 2.

   Virei fã desta moça.

Graça Comum.

   Impressionante! Fantástica! Emocionante! Faltam palavras para expressar a beleza da expressão artística da ucraniana Kseniya Simonova. Utilizando a técnica de animação em areia, ela retrata os horrores sofridos pelo seu país e pelo seu povo na Segunda Guerra Mundial. Estima-se em cerca de sete milhões o número de civis mortos pelos nazistas, sendo meio milhão de judeus.

A cegueira e a esperteza.

"O pior cego é aquele que não quer ver".

"Pois não existe árvore boa que dê fruto mau, nem árvore má que dê fruto bom. Toda árvore é conhecida pelo fruto; pois não se colhem figos dos espinheiros nem uvas dos espinhos. O homem bom tira o bem do bom tesouro do seu coração; e o homem mau tira o mal do seu mau tesouro; pois a boca fala do que o coração tem em grande quantidade. E porque me chamais: Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu vos mando?" Lucas 6. 43-46.



   Ontem, lá pela hora do almoço, eu resolvi dar uma olhada no programa Vitória em Cristo, do Pr. Silas Malafaia. Foi muito triste perceber o quanto este servo do Senhor - que em outros tempos tanto me abençoou com as suas pregações - está atolado na lama da teologia da prosperidade e da confissão positiva. Ouvir o Morris Cerullo me revirou o estômago. É muita bobagem. É muita heresia. É muito mau-caratismo. É muita esperteza. Frases feitas com o objetivo de sugestionar as pessoas (muitas das quais totalmente cegas pela ânsia materialista de melhoria instantânea de suas condições financeiras) a contribuirem com uma 'oferta voluntária' de R$ 900,00. Que absurdo!!!
   
   É por conta dessa minha tristeza que resolvi colocar neste post os três vídeos que mostram o Caio Fábio tecendo comentários acerca dessa situação. Sei que o Caio Fábio tem os seus defeitos, que já enfrentou as suas lutas por conta de erros seus que vieram à público. Mas, penso eu, o fato de ter passado pelo que passou não o desautoriza a falar sobre o assunto em questão, uma vez que afirma ter acertado as suas contas com o Pai, que é diante de quem realmente importa que quebrantemos o coração.
   
   Nessa conversa ele fala de fatos, lugares, pessoas, datas e de esquemas de uma forma tão verossímil, que é difícil imaginar que as coisas não sejam assim mesmo. Infelizmente, a enganação do charlatanismo e dos esquemas espúrios grassam no meio evangélico há muito tempo. Precisamos abrir o olho. Só assim teremos condições de conduzir o rebanho no Caminho e para o Caminho certo, que é Jesus.





Aproveite e veja também as considerações do Caio Fábio acerca do dízimo. Está disponível no YouTube.
   

sábado, 5 de setembro de 2009

Jesus ama as pessoas às quais você odeia.

Mais parecido com Jesus ou com os fariseus? Fiz esta pergunta a mim mesmo quando um amigo enviou para minha caixa postal o vídeo da música “God of the moon and stars”, de Kees Kraaeyenoord. Fiquei chocado. Chocado comigo mesmo e com minha capacidade de preconceito.
A letra é forte e diz entre outras frases:
Deus da lua e das estrelas
Deus do gay e dos barzinhos,
Deus dos corações frágeis que somos, eu venho a Ti.
Precisei de uma segunda leitura para perceber que aquela poesia destilava graça de Deus. Não era uma apologia ao mundo, mas ao centro do Evangelho de Jesus. Eu é que estava fora de sintonia. Minha alma revelou-se preconceituosa, limitada e por isso mesmo quis limitar a graça de Deus aos que se encaixam nos moldes que estabelecemos… Deus não cabe em moldes.
Ele é o Deus de todos, não apenas meu. É o Deus dos falidos e dos bem sucedidos. É o Deus  a quem os maus recorrem em suas aflições, assim como os bons. É o Deus de braços abertos para acolher o homem desorientado, vítima de sua própria barbárie.
Muitas  pessoas sobre quem temos preconceitos passam por dramas terríveis, mas disfarçam suas almas com uma boa dose de violência, deboche, sarcasmo, ira, etc. Se nos limitamos apenas à leitura superficial, enganamo-nos e nos mantemos preconceituosos. Precisamos ser mais profundos. Precisamos ler os contextos. Precisamos observar a voz das atitudes e das reações. Elas explicam o sujeito muito mais que as palavras da boca.
Deus frequentemente faz leitura de contextos. Ele ouve cada palavra de nossa oração, olhando para nosso coração. Deus sempre lê nossa atitude, nossa alma e nosso contexto. Por isso, a Bíblia diz que Ele sonda nosso coração, que percebe nossas intenções e que, ao orarmos, o Espírito conhece nossa intenção. O que é isso senão leitura de contexto?
A maneira como Jesus lidou com as pessoas também foi através da percepção de seus contextos. Por isso, seu coração sempre estava preparado para amar aqueles que pareciam odiáveis à sociedade. Jesus viveu sem preconceitos. Ele comia com publicanos e pecadores, não porque tivesse uma vida secreta de desfrute do pecado. Juntava-se a eles porque os amava. Via neles sede de Deus. Enxergava seus corações.  Na Escritura há diversos flagrantes dessa leitura de contexto. Foi assim com a viúva pobre e os ricos que ofertavam no templo. Sua conclusão foi que a mais pobre ofertou muito mais. Também fez a leitura certa do sarcasmo da samaritana, compreendendo sua história frustrante de fracasso em cinco casamentos e por isso lhe ofereceu a única água que poderia saciar sua sede de vida e felicidade. Fez a leitura correta da atitude da “pecadora” na casa de Simão e a leitura do próprio coração de Simão e assim elogiou a pecadora e repreendeu o religioso.
Precisamos repensar nossa trajetória religiosa a partir destes conceitos maravilhosos da graça comum, pois muitas vezes nossa prática religiosa nos faz parecer mais com os fariseus do que com Jesus. Rejeitamos, quando devemos ter compaixão. Criticamos, quando, na verdade, devemos ensinar o caminho.

Texto de Domingos Alves, publicado originalmente no site do Jornal O Povo On Line.

Masturbicídio.


   A masturbação é o auto-prazer. Sexo solitário, prazer pessoal.

A masturbação na grande maiorias das vezes é o recurso dos solitários e daqueles que precisam do prazer gerado por isso. Há tanta demanda pela prazer sem companhia quanto pelo sexo libertino.
Não quero entrar no mérito da questão, mas apenas analisar o ato sexual pessoal, para o comportamento humano.
Cada vez mais se busca o prazer pessoal. O se dar bem na vida, andar na moda em todos os sentidos, roupas, celulares, sapatos, smartphones, computador, televisão... Nunca se viu tanto a preocupação de se estar na moda, de se sentir bem, de ser feliz. E com essa busca do prazer pessoal cada vez mais exacerbado, mais se esquece do próximo. Lutamos por nossos sonhos, que são legítimos e importantes, mas que podem se tornar egoístas. O foco em ser bem sucedido, realizado, distancia cada vez mais as pessoas. Não me interesso muito pelos sonhos dos outros, desejos dos outros, suas dores, lágrimas e sofrimentos. Algum peso de consciência às vezes nos incomoda um pouco, da mesma forma que uma masturbação escondida dos pais provoca, mas logo depois, conseguimos driblar isso dentro de nós mesmos.
Pensar na alegria e na realização do outro é a mesma coisa que pensar no seu parceiro no ato sexual. Quando estamos sozinhos não precisamos fazer isso.
O que me angustia é: Como conseguimos ser felizes e nos sentir realizados quando meu próximo chora, se angustia e sofre com nossa indiferença. Nossa busca por nossos ideais, se não for com um comprometimento com o próximo, torna-se egocêntrico e cauterizante. A pior coisa é cauterizar nossa sensibilidade, pois isso faz-nos sentir  suficientes em nosso prazer pessoal.
O masturbicídio da sociedade aumenta a cada dia, pois o prazer, sem ter que dar satisfação a ninguém é a tônica. Hedonismo é senhor e muitos são os seus súditos. Se pensarmos menos no nosso prazer pessoal e olharmos pro lado um pouco, mais indivíduos como eu e você poderão ser saciados, não com prazeres extravagantes, mas com o essencial. Se você ainda não experimentou, procure dar alegria e prazer a outro. O seu próprio prazer será maior e de fato realizador.
O prêmio do masturbicídio é, sim, um prazer; um prazer seguido de solidão.
Se solidarize e seja realizado. Tem muita gente vazia, buscando prazer sozinho, acompanhado, mas mesmo assim sozinho porque não tem compromisso e não consegue sanar o vazio existencial. Olhe para o próximo, há algo nele que poderá te realizar. Sua gratidão é a multiplicação da atitude.
Atos de bem, são atos de prazer, de realização.
Sozinho pode ser até gostoso, mas não satisfaz. Viver pra alguém, por alguém, para outros, dá sentido à vida. Uso aqui a figura do prazer sexual para chamar sua atenção, até porque Nisan Guanaes, Washington Olivetto usam pra chamar sua atenção para suas peças publicitárias, eu também me atrevo.  Tente e comprove! Você gozará melhor a vida!
Texto de Rick Medeiros, publicado originalmente no Recanto das Letras.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Tô vendo tudo.

   A música e as imagens falam por si. Mais um contundente grito na voz deste maravilhoso profeta paraibano chamado Zé Ramalho. E nós, o povo, continuamos nessa vida de gado.




'O meu país', música dos compositores Livardo Alves, Orlando Tejo e Gilvan Chaves. 



Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

Um país que crianças elimina
Que não ouve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem Deus é quem domina
Que permite um estupro em cada esquina 
E a certeza da dúvida infeliz 
Onde quem tem razão baixa a cerviz 
E massacram-se o negro e a mulher 
Pode ser o país de quem quiser 
Mas não é, com certeza, o meu país

Um país onde as leis são descartáveis 
Por ausência de códigos corretos 
Com quarenta milhões de analfabetos 
E maior multidão de miseráveis 
Um país onde os homens confiáveis 
Não têm voz, não têm vez, nem diretriz
Mas corruptos têm voz e vez e bis 
E o respaldo de estímulo incomum 
Pode ser o país de qualquer um 
Mas não é, com certeza, o meu país

Um país que perdeu a identidade 
Sepultou o idioma português 
Aprendeu a falar pornofonês 
Aderindo à global vulgaridade 
Um país que não tem capacidade 
De saber o que pensa e o que diz 
Que não pode esconder a cicatriz 
De um povo de bem que vive mal 
Pode ser o país do carnaval 
Mas não é, com certeza, o meu país

Um país que seus índios discrimina 
E as ciências e as artes não respeita 
Um país que ainda morre de maleita 
Por atraso geral da medicina 
Um país onde escola não ensina 
E hospital não dispõe de raio-x 
Onde a gente dos morros é feliz 
Se tem água de chuva e luz do sol 
Pode ser o país do futebol 
Mas não é, com certeza, o meu país

Tô vendo tudo, tô vendo tudo 
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

Um país que é doente e não se cura 
Quer ficar sempre no terceiro mundo 
Que do poço fatal chegou ao fundo 
Sem saber emergir da noite escura 
Um país que engoliu a compostura 
Atendendo a políticos sutis 
Que dividem o Brasil em mil brasis 
Pra melhor assaltar de ponta a ponta 
Pode ser o país do faz-de-conta 
Mas não é, com certeza, o meu país

Tô vendo tudo, tô vendo tudo 
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

Não vou orar pelo missionário.


Na ocasião que Tony Campolo, pregador e escritor cristão, participou de uma conferência anual organizada pela Associação das Mulheres Cristãs, durante a conferência, a presidente da Associação leu em alta voz a carta de um missionário que estava precisando urgentemente de quatro mil dólares. Depois de ler essa emocionante carta, a presidente disse: “Então, gostaria de pedir ao pregador de hoje, irmão Campolo, que orasse pedindo a Deus que supra a necessidade desse missionário. Irmão Campolo, poderá fazer uma oração?”.

Então, ele respondeu: “Não”, surpreendendo a presidente da Associação. E prosseguiu dizendo: “Eu não vou orar para que Deus preencha a necessidade do missionário. Mas vou colocar em cima da mesa todo o dinheiro que tenho no meu bolso e peço para que todos façam o mesmo. Se todo o dinheiro arrecadado não completar os quatro mil dólares, então eu irei orar”.

Em seguida, Tony Campolo esvaziou sua carteira. Com isso, as trezentas pessoas presentes também esvaziaram suas bolsas e carteiras. Resultado disso, o dinheiro arrecadado ultrapassou a quantia de quatro mil dólares. Vendo isso, Campolo disse: “Neste momento não precisamos pedir para que Deus supra nossas necessidades, pois o que precisamos já está aqui. Devemos orar para que possamos entregar essas coisas”.

Em nome do amor de Deus e da justiça do Reino, nos agigantemos!

   "É muito fácil fazer grandes coisas acontecerem quando se é um gigante". Esse é o slogan da empresa alemã fornecedora de energia, a RWE. E este é o mote de uma animação maravilhosa que eles mandaram fazer para conscientizar os gigantes corporativos do planeta acerca da responsabilidade de cada um. Se um gigante pode realizar grandes transformações à favor da humanidade, imagine o que muitos gigantes juntos não fariam!
  
   Olhando do ponto de vista bíblico, creio que essa ênfase humanista que atribui apenas ao homem a responsabilidade pela resolução dos seus problemas está errada. O homem não é nada sem Deus. Apenas através de uma ação dirigida pelo Espírito Santo é que seremos capazes de empreender ações que redundem em verdadeiras transformações. Transformações que democratizem o bem-estar social ao redor do planeta. Transformações impulsionadas pela mente de Cristo. 
  
   O apóstolo Paulo diz que "a criação aguarda ansiosamente a revelação dos filhos de Deus" (Rm. 8.19) ou, como está na Nova Tradução na Linguagem de Hoje: "O Universo todo espera com muita impaciência o momento em que Deus vai revelar o que os seus filhos realmente são". Creio que não podemos ficar tão concentrados no porvir a ponto de nos descuidarmos do agora. Aliás, no meu modo de entender, creio que uma coisa é indissociável da outra. Ou seja, precisamos viver o hoje como pessoas que já têm um vislumbre da glória do porvir, pois Cristo já foi revelado à nós. Creio que o Senhor quer que sejamos agentes de transformação da nossa sociedade e esse é um papel que precisamos desempenhar agora.

   Fico imaginando no bem que poderíamos fazer se encarnássemos o Evangelho verdadeiramente. Se a igreja se dispusesse a vivenciar o amor e, em nome do amor - como diz a música Pride, da banda U2 - anunciasse que o Reino de Deus já está entre nós, pois já está em nós. Fico imaginando o que aconteceria se nos levantássemos como gigantes e nos dispuséssemos - tão somente nos dispuséssemos - à ação do Espírito. Aqui e ali isso já está acontecendo e louvo ao Senhor por isso. Mas vai ficar melhor quando, em nome da justiça do Reino - como diz o João Alexandre em sua música - todo o povo de Deus se levantar para proclamar a glória do Rei dos reis e Senhor dos senhores.  

   Coloquei neste post três vídeos. O primeiro é o vídeo da empresa alemã que citei no início do texto. O segundo - que me emocionou muito, pois sou fã do U2 - foi gravado na posse do presidente Barack Obama. Já existem igrejas cantando músicas do U2 em suas celebrações e torço para que essa tendência chegue até nós, pois são verdadeiros hinos. E o terceiro vídeo é uma gravação que o João Alexandre fez para o programa Plataforma, tocando a música "Em nome da Justiça", que foi uma das primeiras maneiras que o Senhor usou para me despertar para a necessidade que temos de viver e buscar a justiça do Reino de Deus aqui e agora. Não deixe de assistir e que Deus o abençoe com essa visão de Reino. Isso é Missão Integral.

RWE Energy Giant from Andrés Rosas Hott on Vimeo.





Cursos online gratuitos do SENAI e da Fundação Getúlio Vargas.

(repassando informações importantes. reprodução do post publicado originalmente no blog da UBE)

Dica especialíssima para os irmãos membros da UBE e leitores deste blog: Duas renomadas instituições educacionais estão oferecendo diversos cursos online, GRATUITOS.

Vamos lá:

A primeira delas é o SENAI Virtual (Unidade Santa Catarina). São seis cursos rápidos, com duração de 14 horas cada um, e que podem ser concluídos em até 20 dias. Os cursos são:
Conhecimentos Transversais em Educação Ambiental, Empreendedorismo, Legislação Trabalhista, Segurança do Trabalho, Tecnologia da Informação e Comunicação.
Ao término, é possível imprimir o Certificado de Conclusão.

Visite a página dos cursos do SENAI: http://www.sc.senai.br/cursosonline/cursos.php
Outra instituição de peso a oferecer cursos livres gratuitos é a Fundação Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro.
São muitos cursos livres, como: Ciência e Tecnologia, Diversidade na Organização, Ética Empresarial, Recursos Humanos (15 horas de duração, cada um);
Há também 5 diferentes cursos na área de Gestão Empresarial, e 2 na área de Metodologia (todos com carga de 8 horas cada).
E para concluir há dois cursos para professores de Ensino Médio, com 30 horas de duração cada um: Filosofia e Sociologia.
Também é possível imprimir um certificado de conclusão, ao término dos cursos. Vale salientar que a Fundação Getulio Vargas é a primeira instituição brasileira a ser membro do OCWC (Open Course Ware Consortium), o consórcio de instituições de ensino de diversos países que oferecem conteúdos e materiais didáticos de graça pela internet.

Os cursos da FGV são liberados por uma licença Creative Commons e podem ser livremente compartilhados (sobre Creative Commons e Copyleft , e a tendência social global de compartilhar conhecimento gratuitamente, ao invés de simplesmente ‘vendê-lo’, isso ainda será assunto para futuros posts).

Além de enriquecer seu currículo, estes cursos oferecem acréscimos valiosos à cultura geral de qualquer pessoa, e podem agradar em cheio a interessados em temas mais específicos. Por exemplo, aos interessados e envolvidos com o conceito de Missão Integral e obras sociais, e todos que buscam maneiras de a igreja fazer uma maior diferença na sociedade, recomendo o curso de Educação Ambiental do SENAI. Já aos interessados em Filosofia e seus congêneres (Teologia, por exemplo), uma boa dica é o curso de Ética Empresarial, da FGV. Nele o professor Severo Hryniewicz apresenta os conceitos filosóficos da Ética de uma maneira sucinta, porém bastante esclarecedora.

Amados, repassem a dica para seus irmãos. E fiquem de olho no blog da União de Blogueiros Evangélicos para mais novidades.

Um abraço!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Estou triste.


CHEGOU-ME , via internet, este artigo que publiquei faz muitos anos, a propósito do momento político que o país vivia. Eu havia me esquecido dele. Espantei-me. Eu poderia tê-lo escrito hoje. As máscaras, os nomes, os eventos são outros. Mas o "script" é o mesmo.



Será que o escrevi num momento de lucidez profética?

"Perdi as esperanças. Escrever, que sempre me foi um motivo de alegria, agora é coisa que faço me arrastando. Penso que o melhor seria parar de escrever. Vinicius se referia à sua "inútil poesia". Poesia é inútil.

Os poetas são fracos. As fórmulas dos demagogos são mais palatáveis. Escrevo inutilmente.
Minhas tristezas são duas. Hoje escreverei inutilmente sobre a primeira: minha desilusão com o PT.

O nascimento do PT anunciou a possibilidade da esperança: fazer política de um outro jeito, combinando ética, inteligência e a opção preferencial pelos pobres.

O PT fazia lembrar os profetas do Antigo Testamento que denunciavam os ricos que exploravam os trabalhadores sem jamais fazer alianças espúrias. Aí o rosto do profeta começou a apresentar rachaduras...

Era a ocasião do plebiscito para decidir entre presidencialismo, parlamentarismo e monarquia. O Lula e o Genoino eram a favor do parlamentarismo. As bases do PT foram consultadas.

E elas votaram pelo presidencialismo. O Genoino engoliu o sapo e se calou. Fez silêncio obsequioso, como diz o cardeal Ratzinger. Mas o Lula não demonstrou desgosto. Engoliu o sapo que as bases lhes impunham como se fosse uma rã frita com arroz e se tornou loquaz na defesa do presidencialismo...

Fiquei estupefato, curioso sobre os processos mentais que operavam na sua cabeça para que se esquecesse com tanta facilidade das convicções de véspera.

Como psicanalista, eu ignorava qualquer caso de amnésia parecido.

Intrigou-me clinicamente a forma como funcionava a cabeça do profeta, tendo-se em conta que não há caso na literatura religiosa de profeta que amoldasse suas convicções em obediência às bases...

E então me perguntei: "O que é mais terrível? Ser silenciado pela violência de um ditador inimigo ou ser silenciado por ordem dos companheiros?" Ah! Também os companheiros podem ser repressores...

A unidade do partido exige que todos brinquem de "boca de forno': todos têm de pensar igual. O diferente é expelido. Como na igreja.

Compreendi que eu nunca poderia me filiar ao PT porque, se há uma coisa que prezo, é a liberdade para dizer o que penso, ainda que eu seja o único a dizê-la.

O tempo passou. Veio o escândalo do "caixa dois" do PT.

O profeta, que disse ignorar tudo, deveria ter falado palavras de fogo contra os corruptos. Ao contrário, num fórum, na França, não só admitiu o fato como também o justificou: isso é normal no Brasil...

Agora, o inimaginável: uma fotografia do presidente Lula cumprimentando sorridente o possível "companheiro" Orestes Quércia.

Anunciava-se ali o início de um possível noivado... Para aumentar o meu espanto hoje, quando escrevo, vi uma foto do presidente Lula alegre e sorridente apertando a mão do "companheiro" Newton Cardoso, famoso ex-governador de Minas. O profeta brinda com os falsos profetas... De fato, só pode ser um caso de amnésia...

Os meus queridos amigos petistas que me perdoem. Meu estômago tem limites. Há um ditado que diz: "Pássaros com penas iguais voam juntos...". Concluo logicamente: "Se estão voando juntos, é porque suas penas são iguais".

Vocês não têm saudades do PT. Eu tenho."


Rubem Alves, na Folha de S.Paulo, via Pavablog.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Por quê eu desisti de servir aos pobres.

Devagar, nos últimos anos, além da reflexão bíblica, tenho observado o quanto vários amigos extremamente sinceros vem e vão, se empolgam e começam a servir e logo se ocupam de volta com seus afazeres e preocupações. Vejo também com que freqüência alguns outros pagam para que alguém cumpra o serviço de Deus e fazem isso por tempos determinados e movidos da maior das sinceridades, ainda que de longe e sem envolvimento pessoal.
Descobri ao longo dos anos que a própria posição de servir aos pobres, de compromisso com a libertação, estava cheia de superioridade, daquele tipo de superioridade que se traduz por dar ao outro o que eu tenho, uma vez que sutilmente assumo com meus atos que o que eu tenho ou faço era o que ele deveria ter ou fazer, uma tradução percebida na sutil arrogância das tais políticas de “inclusão”, sempre buscando colocar o outro dentro da caixa onde vivo, incluído no meu estilo de vida.
Tudo isso foi me levando a desistir de servir os pobres. Ainda que nem de longe me alinhando com aqueles que a este ponto, do alto de sua riqueza, conforto e bem estar possam estar dizendo “ta vendo? É isso que eu sempre pensei.” Lamento informar a estes que nem de longe creio em seu estilo de vida separado do contato com o pobre, com o desvalido, o faminto, o nu, o feio, o mal cheiroso, o inculto e o bárbaro. Não me alinho com aqueles que pagam seus impostos ou contribuem para caridade dizendo assim estar cumprindo seu papel. Não é disso que falo. A estes continuo retransmitindo a mensagem de Jesus, confrontadora de seu estilo de vida cego, insensível e arrogante, uma mensagem que chama de loucura aquilo que estes chamam de segurança.
 Desisti de servir os pobres por outra razão...

*Excertos do texto "Por quê eu desisti de servir aos pobres", de Claudio Oliver. 
Acesse o blog Na rua com Deus e leia o texto na íntegra.